Apresentação

Ainda Estamos Aqui? Debates sobre os 61 anos de 1964

Há 61 anos, um golpe de Estado foi promovido no Brasil, depondo o presidente João Goulart e instaurando no país uma ditadura longeva. Foi o resultado de um movimento liderado por militares, com apoio dos EUA, participação de empresários, políticos, parte da cúpula da Igreja Católica e diversas pessoas oriundas sobretudo das camadas médias urbanas, bem como de órgãos como o IPES e o IBAD.

A caracterização da ruptura institucional promovida por tal movimento tem sido motivo de disputas ao longo desses 61 anos. A polissemia marcante da literatura específica indica isso: golpe militar, golpe civil-militar, golpe empresarial-militar, sem falar na "Revolução Democrática", denominação que os militares tentaram consolidar junto à população, desde os primeiros dias após 1º de abril de 1964, através, sobretudo, de muita propaganda e muita censura a iniciativas concorrentes. O mesmo ocorreu e ocorre com o regime político então implantado: ditadura militar, ditadura civil-militar, ditadura empresarial-militar, regime militar, e até mesmo o polêmico neologismo "ditabranda", que além de trocadilho de mau gosto, era historicamente equivocado. Não espanta que não tenha emplacado. 

Após 1988, muitos e muitas de nós fomos adquirindo confiança - excessiva confiança - na solidez de nossa jovem democracia. O Golpe de 2016, que depôs a presidenta Dilma Rousseff, inaugurou um novo tempo na História do Brasil República, uma nova época de instabilidade e ataques à democracia por forças de direita e de extrema direita vinculadas a diversos segmentos socioeconômicos nacionais, em alianças com líderes e movimentos políticos de extrema-direita estrangeiros.

A vitória do presidente Lula em 2022 trouxe um sopro de esperança a uma expressiva parcela da população brasileira. Contudo, as diversas manifestações em frente a quartéis,  demandando intervenções militares e fechamento do STF, bem como os lamentáveis e preocupantes eventos de 8 de janeiro de 2023, mostraram de imediato que nossa democracia seguia em grave risco. Com as posteriores descobertas de evidências de planos de golpe de Estado, envolvendo supostos planejamentos dos assassinatos do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes, dentre outras ações antidemocráticas e criminosas, esses temores se confirmaram. 

"Ainda estamos aqui", vivendo esse processo de luta pela democracia? "Ainda estamos aqui", lutando por memória e reparação em relação aos crimes da Ditadura Militar? Ou estamos novamente, como em 1979, caindo na tentação de aceitar a solução apenas aparentemente conciliadora, fundamentada em políticas de promoção do esquecimento e no silenciamento sobre os crimes daquele regime ditatorial? Não há dúvida de que muitos dos problemas atuais da democracia no Brasil tem relação direta com a forma como foi feita a Anistia naquele ano, no âmbito do processo de "transição lenta, gradual e segura".

O belíssimo filme de Walter Salles, estrelado por Fernanda Montenegro, com participações magníficas de Fernanda Torres, Selton Mello e outros/as, colocou o tema dos crimes da ditadura na agenda do país, apesar da contrariedade de uma parcela da população saudosa do governo de Jair Bolsonaro e do regime ditatorial tantas vezes elogiado por aquele ex-militar e político de extrema-direita. "Ainda Estou Aqui" colocou o dedo em uma ferida que nunca fechou. 

Tendo tudo isso em vista, docentes dos cursos de Ciências Sociais e de História da Universidade Regional do Cariri, com apoio de docentes do curso de Teatro da mesma instituição, organizam este evento, intitulado “Ainda Estamos Aqui? Debate sobre os 61 anos de 1964”, que ocorrerá no Campus Pimenta nas emblemáticas datas de 31 de março e 1º de abril de 2025.

Programação

Ainda Estamos Aqui? Debates sobre os 61 anos de 1964

31/03/2025

01/04/2025

Comitê técnico do Evento

Ainda Estamos Aqui? Debates sobre os 61 anos de 1964

    COMISSÃO ORGANIZADORA

    Prof. Dr. Antônio dos Santos Pinheiro (Depto. Ciências Sociais)

    Profª Drª Caroline Gomes Leme (Depto. Ciências Sociais)

    Prof. Dr. Jaime Valim Mansan (Depto. História)

    Prof. Dr. José dos Santos Costa Júnior (Depto. História)

    Prof. Dr. João Maias de Oliveira Neto (Depto. Ciências Sociais)

    Prof. Dr. Lucas Oliveira (Depto. Ciências Sociais)

Cronograma do Evento

Ainda Estamos Aqui? Debates sobre os 61 anos de 1964

Atividades do Evento

Ainda Estamos Aqui? Debates sobre os 61 anos de 1964













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